Podemos dividir o processo de selecção de participantes num estudo, nas seguintes fases:
Fase 1: Conceptualização da população
alvo.
A população alvo é o grupo ao qual se pretende
generalizar os resultados do estudo.
A conceptualização da população alvo envolve
a especificação de critérios de inclusão, como
por exemplo, características demográficas, profissionais,
clínicas, etc ...
É deste grupo que nós gostariamos de colher a nossa amostra
pois é este o grupo para o qual queremos generalizar. Contudo, imaginemos
que queremos generalizar o nosso estudo aos homens Portugueses que vivem
na cidade e com idades compreendidas entre os 30 e o 50. Com esta população
alvo iriamos levar muito tempo a desenvolver um plano rasoavel de amostragem.
Provavelmente irão ser encontradas dificuladades em obter uma lista
actualizada desta população e mesmo que isso acontecesse
iram ser muito dispendioso percorrer todas as cidades de Portugal. Será
então necessário identificar a população disponível
representativa.
Fase 2: Identificação de uma população
disponível representativa da população alvo.
A população disponível representativa é
a parte da população alvo a que temos acesso e da qual iremos
tirar a amostra. A identificação desta amostar pode envolver
a especificação de novos critérios de inclusão
e de exclusão
Fase 3: Desenho de um método de amostragem da população
disponível.
O método de amostragem baseia-se na premissa de que um número
relativamente pequeno de indivíduos de uma população,
quando seleccionados adequadamente, podem fornecer resultados que se aproximam,
com um determinado grau de certeza, daqueles que se encontrariam se se
estuda-se a população de onde a amostra proveio, na sua totalidade.
(1) Amostragem aleatória:
simples:
todos os individuos têm probabilidades iguais e independentes de serem seleccionados.
estratificada:
a população é dividida em estratos, por uma variável de interesse, e dentro desses estratos são escolhidos, aleatoriamente, indivíduos.
por grupos:
há dois ou mais estágios no processo de amostragem. Em primeiro lugar, grupos de unidades são escolhidos, aleatoriamente, em seguida, dentro desses grupos são escolhidos todos os indivíduos ou são seleccionados, aleatoriamente, apenas alguns.
(2) Amostragem não aleatória:
quotas:
a amostra é escolhida num local que convenha ao investigador e quando aparece uma pessoa que preencha determinada característica é lhe sugerido que participe no estudo.
acidental:
a amostra é escolhida num local que convenha ao investigador, que sugere a quem aparece que participe no estudo (sem ter que preencher determinada característica).
bola de neve:
alguns indivíduos, de um determinado grupo são escolhidos, depois, é lhes pedido que identifiquem outras pessoas desse grupo e que as juntem à amostra e assim sucessivamente até atingir o tamanho de amostra requerido.
juízo:
o investigador selecciona, apenas, as pessoas que ele pensa serem as mais indicadas para o estudo.
(3) Amostragem mista:
sistemática:
são escolhidos intervalos, no primeiro intervalo é escolhido um elemento, aleatoriamente. Nos outros intervalos é escolhido o elemento que tem a mesma ordem do elemento que foi escolhido no primeiro intervalo.
Tamanho da amostra
Em geral um estudo pode ter dois objectivos: estimar um efeito ou testar a significância de um efeito.
Quando se pretende estimar um efeito da população, as estatísticas obtidas têm um determinado erro padrão e, como o erro padrão está relacionado com o tamanho da amostra é possível calcular o tamanho de amostra necessário para obter um determinado erro padrão.
Quando se pretende testar uma hipótese o tamanho da amostra depende de outros critério: que certeza temos ao dizer que a hipótese é falsa (erro tipo I), a mínima diferença detectável e o poder do teste.